A doença de Parkinson é uma doença
degenerativa e lentamente progressiva de áreas específicas do sistema nervoso
central (cérebro e medula espinhal). É caracterizada pelo tremor quando os
músculos estão em repouso (tremor de repouso), aumento no tônus muscular
(rigidez), lentidão dos movimentos voluntários e dificuldade de manter o
equilíbrio (instabilidade postural). Em muitas pessoas, o pensamento torna-se
comprometido ou desenvolve-se demência.
- A doença de Parkinson surge da degeneração na parte do cérebro que auxilia a coordenação de movimentos.
- Frequentemente, o sintoma mais óbvio é o tremor, que ocorre quando os músculos estão relaxados.
- Os músculos ficam rígidos, os movimentos se tornam lentos e descoordenados e perde-se facilmente o equilíbrio.
- Os médicos baseiam o diagnóstico nos sintomas.
- Medidas gerais (como simplificar tarefas diárias), medicamentos (como levodopa mais carbidopa) e, às vezes, cirurgia podem ajudar, mas a doença é progressiva, por fim causando incapacidade grave e imobilização.
A doença de Parkinson é a segunda
doença degenerativa mais comum do sistema nervoso central após a doença de
Alzheimer. Ela afeta
- Cerca de 1 em 250 pessoas com 40 anos de idade ou mais
- Cerca de 1 em 100 pessoas com 65 anos de idade ou mais
- Cerca de 1 em 10 pessoas com 80 anos de idade ou mais
Normalmente começa entre os 50 e 79
anos. Raramente, a doença de Parkinson ocorre em crianças ou adolescentes.
Parkinsonismo causa os mesmos sintomas que a doença de Parkinson mas é causado
por vários outros quadros clínicos, como atrofia multissistêmica, paralisia supranuclear progressiva, acidente vascular cerebral, lesão na cabeça ou certos medicamentos.
Mudanças internas no cérebro
Na doença de Parkinson, células
nervosas em parte dos gânglios basais (chamada substância negra) degeneram-se.
Os gânglios basais são conjuntos de
células nervosas localizados profundamente no cérebro. Podem ajudar a suavizar
os movimentos musculares e coordenam as mudanças de postura. Quando o cérebro
origina um impulso para mover o músculo (por exemplo, para levantar um braço),
o impulso passa pelos gânglios basais. Tal como em todas as células nervosas,
as dos gânglios basais libertam mensageiros químicos (neurotransmissores) que
estimulam a célula nervosa seguinte da via nervosa para enviar um impulso.
A dopamina é o principal neurotransmissor nos gânglios basais. O seu
efeito geral é intensificar os impulsos nervosos para os músculos.
Quando as células nervosas nos
gânglios basais degeneram-se, elas produzem menos dopamina e o número
de conexões entre as células nervosas nos gânglios basais diminui. Como
resultado, os gânglios basais não podem suavizar os movimentos como fazem
normalmente, o que provoca o tremor, a perda de coordenação, movimento lento
(bradicinesia), a tendência a se mover menos (hipocinesia) e problemas com
postura e ao caminhar.
Localizando os gânglios basais
Os gânglios basais são conjuntos de células nervosas localizados
profundamente no cérebro. Elas incluem o seguinte:
· Núcleo caudado (uma estrutura em forma de C que se afunila em uma
cauda fina)
· Putâmen
· Globo pálido (localizado dentro do putâmen)
· Núcleo subtalâmico
· Substância negra
Os gânglios basais ajudam a suavizar os movimentos musculares e
coordenam as mudanças de postura.
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Causas
A causa da doença de Parkinson é
incerta. De acordo com uma teoria, a doença de Parkinson pode originar de
acúmulos anormais de sinucleína (uma proteína no cérebro que auxilia a
comunicação das células nervosas). Esses depósitos, chamados de corpos de Lewy,
podem se acumular em várias regiões do cérebro, principalmente na substância
negra (na profundidade do telencéfalo) e interferir na função cerebral. Os
corpos de Lewy geralmente se acumulam em outras partes do cérebro e do sistema
nervoso, sugerindo que podem estar envolvidos em outras doenças. Na demência por corpo de Lewy, eles se formam na
camada externa do cérebro (córtex cerebral). Os corpos de Lewy também podem
estar envolvidos na doença de Alzheimer, possivelmente explicando
porque cerca de um terço das pessoas com doença de Parkinson apresentam
sintomas da doença de Alzheimer e porque algumas pessoas com doença de
Alzheimer desenvolvem sintomas parkinsonianos.
Aproximadamente 15 a 20% das pessoas
com doença de Parkinson tem parentes que apresentam ou apresentaram a doença.
Sendo assim, a genética pode ter um papel importante.
Sintomas
Geralmente,
a doença de Parkinson começa de modo assintomático e avança de forma gradual.
O
primeiro sintoma é
·
Tremores em cerca de dois terços
das pessoas
·
Problemas com movimentos ou uma
sensação reduzida de odores na maioria das outras
Tremores normalmente apresentam as seguintes
características:
·
São largos e cadenciados
·
Geralmente ocorre em uma mão,
enquanto está em repouso (tremor de repouso)
·
Frequentemente envolvem o
movimento das mãos como se estivesse enrolando pequenos objetos (chamado
“pill-rolling”)
·
Diminui quando a mão está se
movendo intencionalmente e desaparece por completo durante o sono
·
Pode ser piorado por estresse
emocional ou fadiga
·
Pode se intensificar e, com o
tempo, avançar para a outra mão, braços e pernas
·
Pode também afetar as mandíbulas,
a língua, a testa e as pálpebras, mas não a voz
Em
algumas pessoas, o tremor nunca se desenvolve.
Normalmente,
a doença de Parkinson causa também os seguintes sintomas:
·
Rigidez: Os músculos ficam rígidos, tornando o movimento
difícil. Quando o médico tenta flexionar o antebraço da pessoa ou esticá-lo, o
braço resiste ao ser movido e, quando isso ocorre, começa e para de se mover,
como se fosse uma roda dentada (chamada rigidez da roda dentada).
·
Lentificação
dos movimentos: Os movimentos se tornam lentos e
difíceis de serem iniciados e as pessoas tendem a se mover menos. Quando elas
se movem menos, mover-se torna-se mais difícil porque as articulações tornam-se
rígidas e os músculos enfraquecidos.
·
Dificuldade em
manter o equilíbrio e a postura: A
postura torna-se curvada, e é difícil manter o equilíbrio. Portanto, as pessoas
tendem a tombar para a frente ou para trás. Visto que os movimentos são lentos,
os indivíduos não poderão mexer as mãos com rapidez suficiente para amortecer
uma queda.
Fica
difícil caminhar, principalmente, para dar o primeiro passo. Depois de
iniciado, as pessoas geralmente arrastam os pés, dão passos curtos, mantêm os
braços dobrados na cintura e balançam pouco ou não balançam os braços. Ao
andar, têm dificuldade de parar ou virar. Quando a doença está avançada,
algumas pessoas param de andar de repente, porque sentem como se os pés
estivessem colados no chão (chamado congelamento). Outras pessoas aceleram os
passos de modo involuntário e gradual, e iniciam repentinamente uma corrida aos
tropeções para evitar a queda. Este sintoma é chamado festinação.
A
rigidez e a diminuição da mobilidade podem contribuir para dores musculares e
fadiga. Ter músculos rígidos interfere com muitos movimentos: virar-se na cama,
entrar ou sair de um carro e levantar-se de uma poltrona. As atividades diárias
normais (como vestir-se, arrumar o cabelo, alimentar-se e escovar os dentes)
levam mais tempo.
Como
as pessoas frequentemente apresentam dificuldades em controlar os músculos
pequenos das mãos, as atividades diárias, como abotoar os botões da camisa ou apertar
os laços dos sapatos, tornam-se cada vez mais difíceis. A maioria das pessoas
com a doença de Parkinson tem uma escrita tremida e diminuta (micrografia), por
ser difícil começar e manter o traço da caneta. As pessoas podem pensar
erroneamente que esses sintomas são fraquezas. No entanto, força e
sensibilidade geralmente são normais.
A
face fica menos expressiva (semelhante à máscara), porque os músculos faciais
que controlam as expressões não se mexem tanto quanto normalmente o fariam.
Essa falta de expressão pode ser confundida com uma depressão ou, pode fazer
com que a depressão passe despercebida. (Depressão é comum entre pessoas com
doença de Parkinson.) Por fim, o semblante pode apresentar um olhar perdido com
a boca aberta e os olhos podem não piscar com frequência. Por vezes, os
indivíduos babam ou se engasgam, porque os músculos na face e na garganta estão
rígidos, tornando difícil a deglutição. Os pacientes costumam falar lentamente,
com uma voz monótona, e por vezes gaguejam, devido à dificuldade que têm em
articular as palavras.
Fonte: https://www.msdmanuals.com
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